Estrada da Morte ou Estrada sem Fim

Muitas vezes, quando as coisas não correm bem ou quando o resultado final não vai de acordo com o planeado ou mesmo quando se alcança um resultado outro e não o que se tinha em mente, é quase normal ouvir-se dizer que, afinal, 'todos os caminhos vão dar à Roma'. Isso, não como forma de se reconhecer a falha ou o baixo rendimento, mas, pelo contrário, como justificativa de que independentemente dos meios, o que interessa é o resultado.

Faço-me valer desta analogia para me referir à reabilitação da estrada nacional no troço Espargos – Santa Maria e vice-versa, cujas obras tiveram começaram nos inícios do mês de janeiro de 2024, com um prazo de execução de 18 meses. Os mais próximos bateram palmas, lançaram foguetes e celebraram de forma magnânima este momento o qual, trazia consigo, mil promessas de melhorias e inovações tão necessárias, não só para as duas cidades como para a ilha toda. Outros, porém, mais céticos e menos sonhadores, preferiram ficar de boca calada enquanto bem no fundo de si mesmos cogitavam, 'a ver vamos, a ver vamos...'.

O facto é que, passados 15 meses desde o lançamento da obra, ainda falta terminar muito mais do que dois terços da mesma e conforme o publicado muito recentemente, um novo prazo foi agora acordado para dezembro do corrente ano. Será? A ver vamos se 'todos os caminhos vão dar à Roma...', quem sabe?!

Contudo, dos males o menor. Até porque o que me chama atenção em todo este processo é a circulação na via única entre Madama e Fátima. Não é segredo para ninguém - até porque não há como esconder a situação por mais que se recorram a cosméticos de pavimentos - que o estado de degradação do asfalto nessa tal via está de tal forma degradado que sempre que se chega ao destino, em qualquer dos sentidos, é mandatário ser-se grato. É facto! E não é segredo, aliás, todos estamos cientes e conscientes que o asfalto da estrada Palmeira – Espargos - S. Maria e vice-versa e particularmente no troço Madama – Fátima, é de tal forma que mais se assemelha a uma via da morte, não tanto pelo desgaste normal que a via está submetida e os consequentes resultados, mas muito mais pela imprudência e manifesta irresponsabilidade de nós condutores, independente se profissionais de serviço público, táxis, camiões, etc., ou se simples anónimos em circulação por mil e um motivos.

Essa via, Madama-Fátima em particular, foi delimitada desde o início da obra como sendo de sentido único, ida e vinda, devidamente separadas com a correspondente linha contínua, limite de velocidade para 50km hora e várias sinalizações de chamada de atenção para o perigo que representa o excesso de velocidade, as ultrapassagens, enfim, a condução perigosa. Mas afinal, para quê todo este aparato se ao invés de prevenir parece que só serve para aumentar o número de acidentes e quantos infelizmente com irreparáveis perdas de vida humana? Sim, o estado do asfalto precisa ser cuidado, todos estamos conscientes, mas muito mais ainda, e isto requer urgência, é necessário mexer e reparar o sentido de responsabilidade de cada condutor individualmente, reafirmando o incondicional valor e respeito devidos à vida humana.

Infelizmente se todos os caminhos vão dar à Roma, nenhum caminho tem como devolver uma vida humana tragicamente ceifada por causa do desleixo e da imprudência de um condutor que por não se valorizar, não consegue, de forma alguma, valorizar a vida do seu próximo.


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